Sunday, February 12, 2006

Banda Hardcore Cearense

Hoje eu dei uma saída e demorei na minha atualização .
Essa banda fez muito sucesso no Ceará. E espero que ainda continue dando o que falar. Com influências no hardcore, a banda Jumentaparida fez um grande número de fãs lá na terrinha. Os caras tinham um trabalho bem redondo. e quando os caras tocavam a galera ia a loucura. Rsss...
Isso mesmo eu mesmo já fiz uma participação especial num show com eles e vi a galera toda pulando até dizer chega...
infelizmente eu tentei encontrar mas, não encontrei o site os caras, mas, vai aí a dica. Quem tiver yorgute os caras tem comunidade!
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Jumentaparida(CE)http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=3279269
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Ficaria até agrdecido se alguém tiver mais algumas coisas sobre eles.
Infelizmente eu não tive como ter um CD deles antes de vir pra cá pra SP. Se eles tivessem vindo pra cá iria ser uma festa...

Vou deixar um pouco do que é o jumentaparida...
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Jumentaparida:

O manguebit já não é um fenômeno de mercado (quando essa matéria foi editada a Nação Zumbi não tinha sido indicada ainda ao Grammy Latino). Os Raimundos também já não são os mesmos. Mas vez ou outra aparece um novo grupo misturando os ritmos tradicionais do Nordeste com guitarras distorcidas ou psicodélicas. O sotaque nordestino parece um bom filão ainda hoje – ou será que se firmou como gênero original passados os modismos? No último São Luís Rock Festival, os cearenses do Jumentaparida se destacaram com percussão e embolada onde predominou bandas de punk rock e de metal. Zoo, vocalista do grupo, colocou maranhenses para pular e gritar com refrões fáceis e riffs que lembram bem os Raimundos da primeira fase. Só que com letras menos divertidas. Oportunismo ou não, o som do grupo merece uma audição mais atenta. A conversa que a nossa colaboradora Nailana Thiely teve com o vocalista do grupo, Zoo, por e-mail, ajuda a saber qual é a real intenção dos caras. Confira abaixo.

O que é o Jumentaparida e como vocês acham que progrediram desde o CD Demo até o primeiro CD oficial da banda, lançado em dezembro de 2002?
Zoo: Fazendo um breve resumo... o Jumentaparida é uma banda de hardcore que surgiu em Fortaleza, em janeiro de 1997, com o propósito de fundir distorções pesadas com elementos da cultura popular nordestina, abordando temas que falam das alegrias e das desgraças do povo do Nordeste. Nosso primeiro trabalho lançado foi a demo-tape (posteriormente cd-demo) intitulado "A seca distorcida", que saiu em maio de 99. A partir daí, começamos a investir pesado num repertório 100% autoral e por conta da aceitação do público local, depois de muita luta, conseguimos lançar em dezembro do ano passado o 1º cd oficial da banda. Percebemos uma evolução em termos gerais durante esse período. Uma prova disso é o fato de não existir nenhum solo de guitarra no demo e vários solos importantes surgindo depois dessa experiência.
“Hardcore com sons regionalistas”. Não é uma mistura nova ou desconhecida, principalmente depois que virou uma espécie de etiqueta de grife ser um grupo nordestino, mais ainda um grupo nordestino de rock. No próprio São Luís Rock Festival a maioria das pessoas elogiou a apresentação de vocês, mas ao mesmo tempo ficaram receosas com a mistura. Muitos alfinetaram dizendo que se tratava de regionalismo de ocasião e oportunismo pós-manguebit. Como vocês avaliam essas críticas?
Zoo: Jamais negaremos a influência do Movimento Mangue Bit, que ajudou a despertar novamente no público da nossa idade o apego às nossas raízes culturais há tempo esquecidas. Também nunca abriremos a boca pra dizer que fazemos algo inovador. O que acontece é que assimilamos as boas influências das bandas que trabalham a fusão de ritmos e criamos um som com o nosso tempero, com a cara da Jumentaparida.
A associação do trabalho com o som feito pelos Raimundos é muito constante. Vocês realmente têm os Raimundos como influência? Que tipo de som e que bandas podem ser citadas como influenciadoras do Jumentaparida?
Zoo: Sim! Ouvimos muito o som dos caras, principalmente na 1ª fase da banda. Não negamos a influência musical que temos deles, mas quem observa as letras do Jumentaparida, percebe que sexismo esculachado não faz a nossa cabeça, com todo respeito aos caras... As outras influências vão de Rage Agaist the Machine, Jorge Cabeleira, Chico Science e Ramones até, obviamente a embolada e o repente.
Quando se escolhe o nome da banda, não dá pra cair na obviedade e correr o risco de depois encontrar mais um bilhão de grupos com o mesmo nome. Também não dá pra ficar viajando em nomes herméticos e acabar tendo uma completa incoerência entre o som, a origem e o nome da banda. Eu queria que vocês explicassem um pouco sobre o nome Jumentaparida. O que vocês podem dizer que ele trouxe de bom e de ruim pra vocês?
Zoo: O nome da banda foi criado pelo nosso querido Tio Toinho, num momento de embriagês extrema. Estávamos procurando um nome pra banda e depois de algumas doses, ele virou pra gente e falou "- Hei! Põe o nome da banda de Jumentaparida!" Achamos que tinha tudo a ver com o tipo de som que a gente fazia e aceitamos a sugestão! (E ainda dizem que cachaça faz mal, né?). O fato do nome ser escrito "Jumentaparida", tudo junto, foi apenas uma jogada de marketing mesmo, facilita e instiga ao mesmo tempo.
Muito tem sido dito sobre um suposto período de "Rock em Voga" e sobre o "Retorno Comercial do Rock". Eu posso dar o exemplo do furor juvenil do COM 22, dos Detonautas ou da trilha musical inteira da "Malhação" na rede Globo. Como vocês vêem isso? Vocês acham que o mercado está se abrindo para o rock?
Zoo: Com certeza! O chamado Pop-rock está inserido 24 h por dia na programação das grandes rádios comerciais do país. Isso é bom e é ruim! Acredito que qualquer tipo de massificação na mídia atua no trabalho dos artistas como Deus e o Diabo ao mesmo tempo. Não sou a favor de inúmeras execuções de determinada música, ou de determinado artista em um curto período de tempo, em rádio comercial qualquer. Percebo uma volatilização da obra do artista. Quer um exemplo? Ouvi "Velha infância", do Tribalistas, logo que saiu o cd e achei fantástica, mas depois de 1.500 inserções diárias passou a ser impossível ouvir esta música... ao menos pra mim. Quer dizer, durante aqueles dois meses inteiros, o cara tá no topo das paradas...E é bom não esquecer que quanto mais alto maior a queda...
Como vocês avaliam a cena atual, com mais festivais surgindo, menos tosqueira e mais qualidade nos materiais independentes?
Zoo: Acredito que a cena independente é bem mais forte por conta da música visceral que produz, sem interesses comerciais mais explícitos... Uma vez, estava eu conversando com um diretor de uma rádio comercial e ele disse que pra tocar na rádio, a música tinha que ter a seguinte fórmula: "Intro (curta) - 1ª estrofe - refrão - 2ª estrofe - refrão - solo - refrão - fim". Isso é ridículo! Castra totalmente a nossa liberdade artística! E a arte é livre, tem que ser livre.
Essa maior abertura para produções independentes, em contrapartida, pode dar visibilidade para um monte de sub-artistas, submúsicos, subprodutos. Que estratégia vocês usam pra diferenciar o trabalho de vocês disso tudo e como vocês analisam a importância dos festivais de música na cena independente?
Zoo: Já participamos de diversos festivais, dentro e fora do Ceará, dentre eles, o Mada (RN), Tribus Rock (PI), Ceará Music e Forcaos (CE) e por último o São Luiz Rock Festival (MA), e sempre obtivemos uma boa aceitação do público presente. Os festivais têm uma grande importância dentro desse caminho já trilhado pelo Jumentaparida, principalmente em termos de resposta de público, que é o que realmente interessa pra nós. Quanto aos submúsicos, subartistas, etc, prefiro acreditar na liberdade artística. Não existe um conceito formado para a palavra arte. Acredito que o público é o termômetro do artista.
Que outras bandas do Norte e do Nordeste você pode citar como trabalhos de qualidade? Vocês têm esse tipo de conexão com o que está sendo produzido nas regiões mais periféricas?
Zoo: Claro! Nos correspondemos com diversas bandas. Fazemos questão de citar alguns nomes como o Dr. Raiz (CE), General Junkie (RN), Soulzé (CE), Switch Stance (CE), Cordel do Fogo encantado (PE) e Alegoria da Caverna (CE).
Como foi a experiência de mostrar o trabalho da banda pra músicos como Arnaldo Antunes, Cássia Eller, O Rappa, Lobão...? Como foi a recepção e que tipo de repercussão vocês tiveram com essa experiência?
Zoo: Na verdade, não tivemos muito contato com eles. Rolaram umas trocas de idéias com a Cássia Eller, com o Cordel, mas tudo bastante informal. Foram ótimas experiências, mas continuo batendo na tecla do público. Esses artistas já têm um reconhecimento, o que nós fazemos é usar de todas as nossas artimanhas para conquistar o mesmo tipo de público.
Você bate constantemente na tecla de que o que vale pra vocês é o público. Chegou a dizer que o público é o termômetro do artista. Seguindo essa lógica, É o Tchan e Frank Aguiar são de uma importância e qualidade artística assustadoras. Queria que você fosse mais específico nesse pensamento. Até onde vocês se preocupam com o público, ou com vendas de CDs e até onde isso reflete na preocupação de vocês em serem profissionais, na preocupação maior com a qualidade do trabalho?
Zoo: Bem, deixa eu tentar ser mais claro, então. Eu vejo da seguinte forma... ahhhh.... eu não tenho o direito de julgar o que é bom e o que é ruim de um modo geral. Aquilo que soa como lixo sonoro pra mim, pode mexer com os sentimentos de uma outra pessoa totalmente diferente. E isso é o mais interessante, a diversidade. Já pensou se todo mundo gostasse das mesmas coisas? O mundo seria um saco! Na minha humilde opinião, as letras do É o Tchan e do Frank Aguiar são um lixo, mas isso se restringe à minha opinião. Quanto à musicalidade, posso não ser adepto do estilo, mas eles tocam até direitinho. Se eles vendem milhões de cds e levam milhares de pessoas aos shows, acredito eu que isso se deve à manipulação da mídia, que empurra lixo pro povo comer e a falta de educação faz com que as grandes massas não saibam dizer NÃO, mas volto a repetir, não cabe a mim julgar o que é bom e o que é ruim. Quando me referi ao fato do público ser o termômetro do artista, me referi ao público da cena independente, que tem um perfil totalmente diferente do público dos artistas citados. A cena independente não vai até você, você é que tem que ir até ela. Ela não tem grana pra pagar jabá nas rádios comerciais, mas apesar dessas mazelas sociais, continuamos investindo no nosso trabalho, acreditando que estamos, da nossa forma, levando algo de positivo a quem nos escuta.
Como vocês avaliam a participação de vocês em São Luís? Vocês não se sentiram meio como peixes fora d´água em meio a bandas como o Subtera, Eternal Darkness, Dilacerate Christus, com o som tão diferente do de vocês?
Zoo: Não posso negar que a princípio, ficamos meio receosos. Foi meio estranho, mas depois de umas três músicas a galera começou a responder legal e aqueles que não eram adeptos do nosso estilo, respeitaram. No final das contas, passado o susto, foi uma ótima experiência, com toda certeza.
Nesse primeiro CD algumas faixas têm um conteúdo político bastante explícito, como "Opinião" e "Sou do Nordeste". Vocês não têm medo de soarem panfletários?
Zoo: No nordeste, o problema da indústria da seca infelizmente ainda é uma triste realidade que precisa ser combatida. Nós, enquanto artistas, temos que dar nossa contribuição para isso. Estamos sobre o palco, temos microfones, falantes e a atenção das pessoas que nos assistem, então, nos aproveitamos de tudo isso pra deixar uma mensagem pra quem tá ouvindo! Sou do Nordeste foi feita quando grupos racistas do sudeste deixaram mensagens de repúdio aos nordestinos em nosso guestbook. Foi simplesmente uma resposta a esse tipo de atitude ridícula.
E quanto à inclusão da tecnologia na vida e no trabalho de vocês. Tudo é crítica, como na letra de "Infância Cibernética", ou vocês enxergam outro lado bastante positivo na popularização dessa tecnologia?
Zoo: A bila, o peão, a baladeira, são brinquedos que fazem parte das nossas raízes culturais. Os desenhos japoneses, os videogames e computadores chegaram de forma bastante predatória na vida das nossas crianças e devastaram a vontade de jogar bila, por exemplo. Isso se emprega também na questão da globalização, que no plano das idéias é massa, mas na prática ela é exógena e predatória. Não existe uma comunhão de culturas, quem tem mais grana empurra suas influências goela abaixo. É claro que a decisão de engolir ou não ainda não acabou, o problema é que nem todos sabem dosar as coisas e aquilo que é primordial acaba se perdendo. Vejo a música, em geral, como uma idéia universal. Por exemplo, o fato de Jumentaparida tocar hardcore, não implica que teremos que compor em inglês necessariamente. Gostamos de hardcore, mas não podemos esquecer que temos um istrumento de som visceral que é a zabumba, um instrumento nosso, que pode ser fundido ao hc. E isso é definitivo: não posso esquecer que eu tenho um sotaque, que tenho as expressões da minha região.
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A reportagem está neste site muito bom:
http://www.amazonia.com.br/portao/reportagens/detalhe.asp?canal=2&cod=4910
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Essa é a banda Jumentaparida pessoal...
Infelizmente ela não existe mais. Mas, muitos dos fãs ainda querem que a banda tenha um retorno triunfal e renasça das cinzas do esquecimento... Vixe que filosófico...
<:As datas de shows estarão na parte de comentários:>

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