Tuesday, February 28, 2006

O Sonso

"Com vocês...
...O Sonso!"
Mais uma banda que eu não poderia deixar de falar de jeito nenhum, é o Sonso!
Eu ainda não tinha escutado o som dos caras (que vergonha a minha!). Não tive como ir ver o show da banda, quando eu morava em Fortaleza...
Pra falar a verdade, fazia um tempo que eu não tinha tido a oportunidade de escutar tantos trabalhos autorais bons, como estou ultimamente...
Não quero tentar explicar as influências dos caras, eu prefiro que vocês entrem no site da trama e escute o que os caras tem de mostrar...
O que interessa é saber o que eles fazem musicalmente...
Então vai aí a dica! É só ir lá e accessar...
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Release: O Sonso...
Bem vindos à segunda fase da MPB elétrica entre os anos 1960 e 1970 algo mágico acontecia no cenário cultural brasileiro. Tratava-se de um gênero musical autêntico que, embora já existisse há algum tempo, acabava de ser batizado de MPB.
E, mal recebera a nova alcunha – que bem poderia ser nome de alguma repartição pública, dessas bem burocráticas (admito, nunca gostei muito de siglas) – já mesclava-se com um gênero bem conhecido de todo mundo, chamado Rock.
Foi uma mistura supimpa, como se diria nas gírias da época. A nova MPB de então, hoje já bastante velha, mas não desgastada, era formada por jovens cabeças pensantes e inconformadas.
Logo, foi providencial que ela se aliasse a um gênero que já tinha mais de dez anos de estrada, como era o rock. Ele também servia como veículo para a expressão de idéias e comportamentos de uma juventude cada vez mais representante (ou querendo fazer-se representar) e mais inquieta com os paradigmas estagnados de uma sociedade ultra-conservadora.
Mas hoje em dia a coisa é bem diferente. Bem, o rock foi mais que absorvido – com honrosas exceções – pela indústria cultural (esse Adorno sabia das coisas!), bem como a MPB (também com honrosas exceções, e viva o meio independente...)
Mas naqueles dias, no meio daqueles festivais setentistas e sessentistas, no meio de tudo aquilo... Ora, aquilo era um barato que prestou vários serviços à nossa cultura. Desses vários serviços, três são os mais conhecidos e badalados.
Chamam-se “Novos Baianos” (+ MPB), “Mutantes” (+Rock and Roll) e “Secos & Molhados” (bem no meinho). Fora diversos outros serviços que andam sendo descobertos por arqueólogos musicais em sítios, ou melhor, sebos e até nas Lojas Americanas (mas isso já é outra história)!
Com o tempo, essa fórmula foi ficando meio esquecida, mas parece que anda ressuscitando com poucos, porém excelentes, adeptos. Sobretudo no cenário independente.
Vou falar apenas de uma banda, por acaso cearense, que sintetiza bem essa fusão MPB + Rock, fazendo uma "mpb elétrica" de primeiríssima qualidade. Trata-se de O Sonso.
O Sonso funciona muito bem ao vivo (o CD que eles têm ainda é uma modesta demo...). As músicas intimistas e autorais já são aproximadamente quatorze, e elas serão gravadas no CD que começa a ser produzido no meio do ano. "Cadê Você" divide palco com músicas extremamente dançantes, como "Assim Ficou", "As Frases Mais Dramáticas que Guardei pra Ti", ou "O Pedaço Que Vale de Mim".
A energia desse quinteto de sonsos ao vivo é contagiante. A voz potente e bela e as danças desengonçadas de Daniel Groove (também conhecido como “Jesus, o homem que fez milagres”). A guitarra verborrágica e virtuosa, cheia de suingue, de Rodrigo Gondim (que na adolescência tinha o apelido de “metralhadora de notas”). O teclado de texturas de Juliane Freikel, por vezes progressivo, nos lembrando os melhores momentos do Yes. A bateria de Marcelo Dois Hum, com viradas e levadas e presença, dialogando sempre com a guitarra e nos lembrando do ritmo de Santanna quando em boa forma (coisa que anda fazendo falta, principalmente pra ele mesmo). O baixo sempre presente e eficiente do mais solidário dos sonsos: Daniel Ajudante.
Além do repertório autoral (à base de sambas, tangos, baladas...) há espaço de sobra pra músicas alheias, prestando grandes homenagens a grandes ícones da música brasileira e universal. Músicas do Balão Mágico (ou melhor, Guilherme Arantes), Beatles, Lô Borges e Chico Buarque. E a canção de Julinho da Adelaide? Embora não seja deles, é como se fosse. Arranjo e interpretação fantásticos!
Essa seleção marca cada vez mais presença nas apresentações, mostrando também uma forte identidade musical do quinteto, sempre de maneira sonsa. Um show que vale a pena, sem dúvida.
Nílbio Thé

=========================================================================== Links: O Sonso(CE):
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=798732
http://www.tramavirtual.com.br/artista.jsp?id=9751
=========================================================================== <:As datas de shows estarão na parte de comentários:>



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